[Alunos-assis] Palestra Tardes do Cedap - Março/2016
Lista dos Alunos da Unesp/Assis
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Terça Março 22 15:09:04 BRT 2016
Prezada Comunidade Acadêmica,
De ordem da Profa. Dra. Sílvia Maria Azevedo, Supervisora do Cedap, divulgo abaixo a programação do Evento "Tardes do Cedap" prevista para o mês de Março/2016.
Na oportunidade, informo que haverá expedição de certificado para os participantes, a partir da assinatura da lista de presença.
MARÇO
30/03/2016 - 14h00 - Anfiteatro do Cedap
Palestrante: Fabiano Rodrigo da Silva Santos (UNESP/Assis)
Título: Lira dissonante: Considerações sobre aspectos do grotesco na poesia de Bernardo Guimarães e Cruz e Sousa.
Ementa: O propósito dessa exposição é tecer considerações sobre as manifestações do grotesco na lírica brasileira de orientação romântica, tomando-se como referências a poesia de Bernardo Guimarães e a de Cruz e Sousa (que, embora seja poeta simbolista, atesta vínculos estreitos com postulados românticos). A escolha desses dois poetas como guias para incursões junto aos meandros da modalidade lírica do grotesco romântico se deve ao fato de ambos demonstrarem grande sensibilidade aos apelos dessa categoria e de suas obras permitirem a depreensão de um sistema de imagens ancoradas na tradição do grotesco e em ideias românticas radicais; Bernardo Guimarães e Cruz e Sousa podem, com efeito, ser tratados como polos de uma orientação estética que se desenvolve na periferia da lírica brasileira do século XIX – a do lirismo grotesco. Como o grotesco encontra-se no seio do romantismo na condição de categoria permeável à rebeldia e desestabilização de convenções (sendo marcada pela irrupção do anômalo, incoerente, da hibridação entre gêneros e estetização do “mau-gosto”), sua consideração em nossa literatura, desde o romantismo, permite problematizar o projeto de desenvolvimento de um cânone literário comprometido com um projeto nacionalista que envolve, entre outros aspectos, a eleição de referências culturais estáveis. Ora, é na senda do grotesco que, muitas vezes, a dicção imaginativa, rebelde e hiperbolicamente subjetiva se manifesta na literatura brasileira, gerando manifestações poéticas passíveis de serem consideradas sob o signo da dissonância. Desse modo, a análise do grotesco na lírica romântica permite lançar luz sobre as marcas de exceção que se imprimem na poesia de Bernardo Guimarães e Cruz e Sousa, além de possibilitar considerar as condições, possibilidades e limites que se impõem a poéticas questionadoras do cânone e assumidamente rebeldes (como as dos poetas aqui considerados) engendradas em meio a uma época, como foi o nosso século XIX, de consolidação da literatura brasileira, e, portanto, refratária a manifestações estéticas desestabilizadoras, como as suscitadas pelo grotesco.
Atenciosamente,
Ana Elisa Paziam dos Santos
Assessor Administrativo I
Unesp/FCL/Assis - Cedap
(18)3302-5835
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