[Supervisorascci] Mães e Adis no CCI - experiência de Rio Claro
karina em rc.unesp.br
karina em rc.unesp.br
Sexta Abril 7 09:53:29 BRT 2017
Bom dias colegas,
Vou relatar aqui nossa experiência neste assunto: Mãe e ADI no CCI -
experiência de Rio Claro.
Estamos com uma ADI que se tornou mãe em Abril de 2016.
Para nós, esta questão é relativamente antiga porque já tivemos uma
Assistente Operacional que foi mãe no CCI assim que iniciamos nossas
atividades em 2009.
Logo que houve o retorno da licença gestante, fizemos a reunião de boas
vindas da família e com muita tranquilidade, expôs a expectativa do CCI
para ela como mãe e como servidora.
É claro que as emoções de confundem, e nos primeiros dois meses de retorno
que coincidiram com as férias, foi um período de adaptação. Para facilitar
o dia - a - dia, modificamos o horário de trabalho e a deixamos assumir a
função de apoio das demais sala. Assim, ela ia acostumando com a presença
de sua pequena em nosso espaço.
Neste período quando havia um chorinho ela dava uma corridinha na sala do
berçário para ver pelo vidro como estava e uma ou duas vezes, interferir
na atitude, apontando os benefícios da criança ter a orientação de outro
adulto diferente dela.
Na hora do sono, a princípio, ela não queria ir embora, queria ficar
junto, mas fomos mostrando os benefícios para ela, como mulher, de
aproveitar a hora de almoço para cuidar de si mesma. Neste período,
tivemos muitos momentos de compartilhamento das inseguranças e receios da
mamãe. Acredito que o supervisor deve ter a postura amiga e gentil,
orientando quando necessário, dando exemplos e relembrando questões que a
profissional trouxe nas reuniões relativo a outras crianças da mesma
idade.
Percebi quando trazemos a memória observações feitas pela própria ADI
sobre as famílias e suas crianças, apesar de inicialmente usarmos o lugar
comum "ah, mas quando é o seu filho..." ela foi ponderando o que era
benéfico para ela e especialmente, para sua criança.
No retorno das férias, optei deixar esta ADI em sala, e como aqui a
atribuição é feita por escolha após avaliação minha do desenvolvimento das
atividades ao longo do ano anterior e evitamos repetir a mesma ADI com o
mesmo grupo, logo sempre há um rodízio, esta ADI optou por uma turma
próxima (espaço físico) do grupo de sua criança que é de G1 (berçário 1).
Ela é hoje ADI do G2 e há algumas atividades realizadas em conjunto. A
relação dela com a ADI do grupo de sua criança é amistosa e há respeito
entre a atuação de uma e outra. É natural, a criança querer a mamãe, mas
com jeitinho quando percebem que há este desejo, a ADI de apoio, entra
junto na atividade.
Enfim, as outras ADIs estão bem seguras para atuarem e todas, sempre
apontam os benefícios da relação delas com a criança. Nunca houve saia
justa no CCI. Nem agora nem no passado.
Trabalhar o espírito da equipe, a segurança no trabalho da equipe e a
afetividade do grupo, ajuda nestas situações. Aqui costumamos dizer que
somos uma família. Temos uma amizade que via aos poucos superando os
desafios laborais.
Mas foi importante, trabalhar isto no retorno dela, e é claro,já estamos
apontando que a criança tem seus momentos de contrariedade e que será a
cada dia que passa mais normal ela ir contra nossa orientação e fazer uma
ou outra birra. Brincamos que assim, estamos aprendendo sobre o
desenvolvimento infantil.
Enfim, diálogo e afetividade, são nossas ferramentas de trabalho para
lidar com este momento tão delicado. E sim, também temos que ser
tolerantes. Há momentos que mãe e filha ficam juntas, até porque como ADI
ela tem que atender as crianças então se é a filha dela que está
precisando de algo e ela está disponível, por que não a deixar resolver
certas questões?
Pontualmente, esta criança não mama comigo quando acorda. Faz birra, vira
o rosto. Então, quando a mãe chega e assume os dois grupos até a outra ADI
chegar do almoço (situação de 30 minutos apenas) ela dá a mamadeira, junto
com as demais crianças, como seria com qualquer outra criança. Devemos
lembrar que a criança é aluna do CCI e também filha de funcionária.
E esta é a compreensão de todos os membros de nossa equipe. Devemos ver as
coisas com naturalidade.
É claro que para isto se faz necessário trabalharmos a postura do adulto,
qualquer adulto, diante das atitudes das crianças. O ECA é um bom texto
porque ele deixa explícito que adultos na presença de qualquer criança e
adolescente sempre deveria ter a postura de cuidador, orientador e também
de repreendedor diante de atitudes inadequadas. Então, este senso comum de
que "ah, é constrangedor chamar atenção do filho do outro..." deveria
mudar em nós.
Até porque se orientamos as ações é porque queremos bem aquele ser em
formação, não é mesmo?!
Espero ter ajudado as colegas na reflexão, vou pensar em textos que usei
para compartilhar. Mas gosto muito do livro Quem ama, educa. Ele é
dirigido para pais mas acredito que educadores deveriam tomar para si
também os conselhos, já que diante da Lei qualquer adulto é sempre
responsável por quem é de menor.
Com afeto,
KNascimento
Supervisora do CCI "Unespinha"
IGCE - Unesp - Rio Claro
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