[Alunos-assis] Divulgação do Livro: A DANÇA CONTINUA: A PLURALIDADE DA LITERATURA FEMININA

Paulo Cesar de Moraes paulo.cesar em unesp.br
Terça Fevereiro 7 15:20:00 -02 2023


É com prazer que a Comissão de Publicações da FCL de Assis divulga o
lançamento do Livro: *A DANÇA CONTINUA: A PLURALIDADE DA LITERATURA
FEMININA.*
O conteúdo do livro pode ser acessado através do link:
https://www.assis.unesp.br/Home/pesquisa/publicacoes/a-danca-continua.pdf

A página de publicações da FCl de Assis possui várias obras à disposição,
podendo ser acessadas também pelo link:
https://www.assis.unesp.br/#!/pesquisa/publicacoes/

*APRESENTAÇÃO*
A dança continua: a pluralidade da literatura de autoria feminina é um
livro que se originou das apresentações dos pesquisadores que participaram
do IV Encontro de Literatura de Língua Inglesa, evento promovido pelo
Departamento de Letras Modernas da Faculdade de Ciências e Letras de Assis,
que aconteceu nos dias 08, 09 e 10 de novembro de 2021. O encontro teve
como tema “a dança continua: 30 anos de Wise Children, de Angela Carter - a
pluralidade da literatura de autoria feminina”. O evento, que tem se
tornado tradicional na instituição, sempre decidiu se focar em alguma obra
que estivesse fazendo aniversário (centenário, bicentenário, etc.) naquele
ano para, a partir daí, refletir sobre o cânone, sobre as
contemporaneidades e seus reflexos na atualidade, buscando privilegiar a
participação de antigos professores, outros departamentos da faculdade e,
também, abrindo para pesquisadores de fora, de forma a propor um diálogo
amplo, que questione e discuta a vitalidade do cânone e a necessidade de
sua ampliação. Este livro, por ser oriundo da referida edição do Encontro
de Literatura de Língua Inglesa, tem como foco a escrita de mulheres, cujo
percurso literário pode ser considerado uma "escrita do avesso", pois é
constituído por uma tradição alternativa à cultura literária homogênea e
patriarcal, conforme colocam Ana Gabriela Macedo e Ana Luísa Amaral (2005).
No âmbito da literatura inglesa, tal percurso foi mapeado por Elaine
Showalter (1977), que notou que as escritoras vitorianas desenvolveram
estratégias pessoais e artísticas, que lhes garantiam o direito de
escrever. Os capítulos se debruçam, de maneira geral, sobre a crítica
literária feminista e a questão do gênero como categoria de análise, de
forma a englobar não apenas a literatura de língua inglesa, mas a
pluralidade da literatura de autoria feminina. Neles, são discutidas
autoras como Angela Carter, Flannery O’Connor, Alice Walker, Gilka Machado,
Elvira Foeppel, Liana Millu, entre outras. Trata-se de uma coletânea
dividida em três segmentos: “Literatura de Língua Inglesa”, “Literatura
Brasileira” e “Outros Contextos”. A primeira parte se inicia com 7 texto de
Edilene Bodenhausen que, em "A linguagem hermenêutica em O Morro dos Ventos
Uivantes", se dedica ao estudo do discurso hermenêutico presente no texto e
procura abordar símbolos, transfigurados em linguagem, que vão além dos
padrões literários que suportam tal visão. Já em "Anne of Green Gables
(1908) e o romance de formação feminino", Carla Ferreira e Pamela Augusto
refletem sobre o texto de Lucy Maud Montgomery como um Bildungsroman
feminino. Por sua vez, em "Don't Call me Bartha: choques culturais em Wide
Sargasso Sea, de Jean Rhys”, Maria de Fátima Marcari e Giovanna Duarte
apontam algumas questões sobre os choques culturais que constituem a
narrativa, partindo da fortuna crítica do texto e de conceitos propostos
por Glissant (2005). Em "Retrato da adolescência "Tomboy" e o grotesco na
representação da personagem Mick Kelly, em The Heart is a Lonely Hunter
(1940) de Carson Mccullers", Adriana Conde descreve os aspectos que
envolvem a caracterização da personagem adolescente “tomboy”, Mick Kelly, a
fim de explorar as relações de gênero no referido texto, conectadas aos
elementos da estética Gótica. Por sua vez, Débora Barcala investiga o papel
do insólito e do grotesco feminino nos contos “A Good Man Is Hard To Find”
e “Everything That Rises Must Converge”, de Flannery O'Connor, na revisão e
contestação do estereótipo da Southern Lady, em seu capítulo "O ideal de
mulher sulista e o grotesco em Flannery O'Connor". Os três capítulos que
seguem são dedicados à escritora Angela Carter, tema do IV Encontro de
Literatura de Língua Inglesa. Em "The Passion of New Eve, de Angela Carter:
uma análise das cavernas de Beulah", Carla Caldeira discute como se dão as
construções grotescas da personagem Mãe e da caverna, ressaltando também
algumas das alusões míticas trazidas pelo romance. Já Camila Menino e
Cleide Rapucci discutem, em "Refração nos contos de fadas: das raízes
históricas até A Noiva do Tigre de Angela Carter" aspectos relacionados à
violência e à sexualização não são gratuitos na coletânea de contos escrita
por Carter. Por fim, Talita Rodrigues se foca na imagem da duplicidade e as
incertezas permeiam toda a trama do romance Wise Children, caracterizada
pelas relações entre realidade e ilusão, memória e literatura, que podem
ser vistas como os principais temas do livro, no capítulo "Quando a arte
imita a vida: a representação feminina e as relações de gênero em Wise
Children". Cleide Antonia Rapucci, em “A maternidade e o front: o que
aprendi com Angela Carter”, reflete sobre as questões enfrentadas pelas
mulheres na atualidade, focando-se na maternidade. 8 Também fazem parte do
primeiro segmento desta coletânea os textos "Reflexões e conclusões sobre a
escrita de Alice Walker", de Tatiana Oliveira e Raphaella Oliveira, "Uma
análise das relações de poder na obra Small Island, de Andrea Levy” de
Gabrielle Tocarelli e Juliana Attie, "Nell Leyshon's The Colour of Milk:
Victorianism for Young Readers" de Eliane Galvão e Guilherme Magri e
"Contos de fadas feministas para as crianças de hoje: uma análise das
personagens femininas do reconto 'Branca de Neve', de Vita Murrow”, de
Guilherme Ferreira e Maria Celeste Ramos. No primeiro desses textos, as
autoras buscam perscrutar a escrita de Walker fundamentada no womanism, uma
vez que acreditam que em suas obras está perceptível a realidade de vida do
que é ser mulher e negra em um país constituído pelo racismo. No segundo,
as pesquisadoras buscam analisar os processos de discriminação na
construção das relações socioestruturais, que são concebidas tendo a
branquitude como ponto de referência para diferir e estigmatizar o outro.
No terceiro, discute-se a relação dialógica entre ficção e história em The
Color of Milk (2014), de Nell Leyshon, romance que (re)vê o contexto
vitoriano por meio da subversão que identifica a literatura pós-moderna de
autoria feminina. Por fim, o quarto compara o reconto “Branca de Neve”, de
Vita Murrow, presente na obra Lute como uma princesa: contos de fadas para
crianças feministas (2019) com a versão clássica dos irmãos Grimm. O
segundo segmento desta obra, “Literatura Brasileira”, se inicia com "Júlia
Lopes de Almeida na biblioteca escolar", texto de Joyce Moraes e Ana Clara
Nery que busca analisar a produção literária de cunho infantil da referida
escritora. Em "A mística feminina gilkiana: as imagens do corpo, da
natureza e do eu", Caroline Buratti David e Fabiano Rodrigo da Silva Santos
refletem sobre as imagens da natureza e do corpo na poesia de Gilka Machado
como elementos fundamentais para a exploração da condição feminina na
sociedade. Por sua vez, em "A representação do silenciamento do feminino no
conto ‘Amor que se renova’, de Elvira Foeppel, Suely Leite e Maria Isadora
Camargo elegem o conto “Amor que se renova” para discutir a temática da
mulher dos anos dourados, que possibilita reflexões acerca da trajetória
das mulheres reais e também da importância de Elvira Foeppel para os
estudos de resgate de autoras apagadas na Historiografia Literária
Brasileira. Suely Leite e Ana Paula da Silva analisam comportamentos e
discursos que envolvem a personagem Maria Rita, presente no conto “A
Bruxa”, de Jandyra de Almeida França, a forma como se estabelecem as 9
exigências físicas sobre o corpo feminino na narrativa, bem como os padrões
e expectativas de gênero reproduzidos pela sociedade ao longo da história,
em seu capítulo "A representação dos traumas no conto 'A Bruxa", de Jandyra
de Almeida França”. O terceiro e último segmento, “Outros Contextos”, se
inicia com o texto "As faces da resistência: escritas de autoria feminina
da Shoah". Nele, Inara Xavier e Cátia Andrade buscam analisar trechos dos
livros: Et tu n’es pas revenu (2015), de Marceline Loridan-Ivens, Paisagens
da Memória: autobiografia de uma sobrevivente do Holocausto (2005), de Ruth
Klüger e Eu sobrevivi ao Holocausto, de Nanette Blitz Konig (2019). Já em
"Mulher, judia, escritora e partigiana: as representações da memória do
traumas nas obras de Liana Millu", Laís Martins e Cátia Andrade analisam a
representação do trauma da Shoá nas obras Dopo il fumo Sono il n. A 5384 di
Auschwitz Birkenau (1999) e Tagebuch: Il diario del ritorno dal lager
(2006), ambos de Liana Millu, sobrevivente de Auschwitz. Por sua vez, em "A
liberdade sexual feminina em tempos de ditadura: um olhar para A Madona, de
Natália Correia", Vivian Furlan (re)vê e (re)lê o gesto corajoso de Natália
Correia quando dribla a censura salazarista, mostrando como a luta pela
igualdade entre os gêneros e pela liberdade sexual se faz muito nítida no
projeto literário da escritora. O trabalho de Vivian Aparecida P. Pinto e
Sandra Ferreira e recebe o título “Ana Hatherly e o Barroco: um estudo da
Revista Claro-Escuro (1988-1991). Neste, as autoras destacam a idealização
da Revista Claro-Escuro e sua influência na produção de Ana Hatherly que
atuou como diretora da revista acadêmica. O texto que encerra esta
coletânea é de Kátia Miranda e Fernanda Ribeiro intitulado "Releituras do
protagonismo feminino e literário de Victoria Ocampo em Las Libres del Sur
(2004)”, as autoras discutem o protagonismo literário e feminino da
escritora Victoria Ocampo na referida obra, que permite, dentre outros
aspectos, problematizar a discussão sobre o papel social desempenhado pela
mulher, assim como a busca de lugar para emissão de sua voz.
Cleide Antonia Rapucci
Débora Baliello Barcala
Guilherme Magri da Rocha

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-- 
*Paulo César de Moraes*
*Assistente de Suporte Acadêmico I*


*Coordenador da Comissão de EsportesMembro da Congregação*

*Secretário da Comissão de Publicações*
*(18)3302-5617*

*"Não saiba a tua mão esquerda o que faz a direita"*
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